7 de março de 2016

De olho na qualidade de vida, jovens preferem ficar no campo

Hoje em dia, devido às facilidades de acesso à informação e proximidade da cidade, os jovens que vivem no campo têm preferido permanecer na propriedade dos pais. Eles apontam a qualidade de vida como um dos fatores determinantes. Muitos deles fazem questão de ficar no meio rural para dar sequência ao trabalho dos pais e manter viva a tradição familiar.

É caso da agricultora Raquel Mascarello, 23 anos, que é a terceira geração da família que vive numa propriedade em Flores da Cunha (RS). Na casa, ela, os pais, os avós e os irmãos dividem o trabalho nos parreirais e mantêm, juntos, a tradição da agricultura familiar, herdada dos antepassados italianos. E a vida no campo não impediu Raquel de realizar seus sonhos. No ano passado, ela se formou em educação física. “Ia e voltava todo dia à vizinha Caxias do Sul, para estudar”, lembra.

Mesmo com a rotina corrida de universitária, ela nunca deixou de ajudar os pais. Agora, formada, Raquel pretende trabalhar no campo e na cidade. “Eu acredito que é possível conciliar as duas coisas”, conta Raquel ao falar que pretende trabalhar como professora de educação física na cidade, em um turno, e no outro ajudar o pai e o avô na propriedade.

Para Raquel, que está noiva e pretende se casar em breve, é importante que o jovens mantenham vivas as tradições familiares. “Eu acho que a nossa geração tem que manter sim essa cultura, preservar muito as tradições. Acredito que é a nossa geração que vai manter ou não essa tradição”, salienta Raquel ao afirmar que depois de casada pretende dar sequencia ao trabalho da família. “Eu, com a ajuda do meu noivo, estamos mantendo a estrutura aqui, a estrutura que a família sempre teve.”

Para ela, não tem motivo para sair do campo. “Sou muito feliz aqui e acho que a nossa qualidade de vida é muito grande, a começar pela água e ar puro”, diz ao realçar que hoje em dia é tudo muito mais fácil. “É cômodo ir até a cidade. Então tudo é muito fácil, a gente tem internet e tem carro. Está tudo disponível”.

Estudar para ficar

Guilherme Dalemole, 16 anos, vive no município de São Luiz da 3º Légua (RS) e compartilha da opinião de Raquel. “Pretendo ficar na terra, ajudar na minha propriedade e em toda comunidade”, garante ele ao ressaltar que para isso estuda na Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha. Guilherme já está no terceiro ano do curso de Técnico em Agropecuária.

O jovem agricultor familiar diz querer ficar no campo e já tem planos para a propriedade dos pais. “Pretendo dar continuidade ao cultivo da uva e também diversificar, pois não dá para viver exclusivamente da uva”, observa ao destacar as grandes perdas que a região sofreu nesta safra devido ao grande volume de chuvas e altas temperaturas. “Se a gente tiver outras frutas, outras opções, seria mais fácil”.

Guilherme conta que já pensou em ir para a cidade, mas hoje não quer mais. “Quando eu era menor pensava sempre em sair, em fazer faculdade. Mas quando fui crescendo fui percebendo a oportunidade que teria aqui e mudei de ideia”, diz ele ao destacar que pretende fazer uma faculdade para se especializar mais para fica no campo. “Eu me sinto feliz, é onde nasci e gosto. Sou bem mais feliz aqui do que na cidade”. (Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário)

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