5 de março de 2018

Uso do silício no cultivo de mudas de eucalipto

Por ser considerado um elemento benéfico, A suplementação com silício vem sendo adotada como eficiente estratégia para aliviar os efeitos negativos tanto de estresses bióticos como abióticos. Este elemento contribui para a redução da exigência de água pelas plantas devido à diminuição da transpiração pelo acúmulo de silício abaixo da cutícula foliar.

Esse acúmulo de silício também permite a formação de uma camada mais espessa, o que dificulta a penetração de hifas de fungos na epiderme das plantas, reduzindo a incidência de doenças.

Além disso, possibilita o aumento da produção de fitoalexinas, que são substâncias de defesa das plantas contra o ataque de patógenos, além de outras substâncias, como quitinases e acúmulo de lignina, beneficiando, dessa forma, o desenvolvimento de mudas de eucalipto.

Entre as contribuições do silício relatadas, encontram-se comumente os efeitos na manutenção da fotossíntese em condições de estresse, como a deficiência hídrica. Assim, o silício pode estar envolvido em vias metabólicas e fisiológicas que ainda não foram completamente esclarecidas.

Pesquisas

Os trabalhos científicos também relacionam os benefícios do silício à atividade de enzimas antioxidantes que atuam reduzindo a ação de espécies reativas de oxigênio que apresentam expressivo aumento em condições de estresse. Essa atuação é de extrema importância, pois as plantas estão sujeitas às condições estressantes diariamente.

No caso das mudas de eucalipto, pode-se citar como exemplo de condições estressantes o transplante dessas no campo. Por isso, estudos vêm demonstrando melhor desenvolvimento de diversas espécies vegetais com a aplicação de silício.

Vantagens

Um aspecto importante atribuído ao silício é a sua atuação na arquitetura das plantas, que favorece a fotossíntese, ao proporcionar folhas mais eretas, permitindo maior penetração de luz solar e maior absorção de CO2, ocorrendo assim maior eficiência e incremento na taxa fotossintética, o que resulta no maior desenvolvimento das mudas.

Essa atuação do elemento na arquitetura se deve ao fato do silício aumentar o fortalecimento e a rigidez da parede celular, ocorrendo o seu acúmulo abaixo da cutícula foliar, fazendo-a espessar, o que contribui para o enrijecimento da parede e assim, dificulta a penetração de hifas de fungos e de ataque de pragas.

Em relação às pragas, relata-se a atuação do silício funcionando como uma “lixa” no aparelho bucal dos insetos. Isto se deve ao fato do silício se acumular tanto na parede celular como no interior das células, o que aumenta a resistência da planta à mastigação.

Estudos científicos comprovam que o uso do silício torna as plantas menos atrativas a insetos e animais herbívoros do que plantas não tratadas com o elemento. Os efeitos do silício na fisiologia e no metabolismo de plantas sob condições de seca também foram relatados.

Durante períodos de seca, foi comprovado que plantas tratadas com silício apresentam menores taxas de transpiração, o que resulta em menor consumo de água e consequente manutenção do turgor das folhas.

Além disso, o uso do silício sob condições de falta de água estimula a atividade do metabolismo antioxidativo, o que preserva a integridade do metabolismo fotossintético, diminuindo assim as perdas na produção.

Relação do silício com a resistência de doenças

O silício atua na redução de doenças foliares como o oídio e ferrugem das mirtáceas no eucalipto. Essa atuação se deve ao fato do silício tanto atuar no enrijecimento da parede celular como na síntese de substâncias tóxicas aos patógenos denominados de fitoalexinas.

Além disso, por permitir melhorias na fotossíntese e no metabolismo antioxidativo, permite a formação de mudas sadias e mais resistentes ao ataque de doenças.

Culturas beneficiadas

Estudos vêm demonstrando melhor desenvolvimento de mudas de eucalipto com a aplicação de silício - Crédito Maritza Borges

Estudos vêm demonstrando melhor desenvolvimento de mudas de eucalipto com a aplicação de silício – Crédito Maritza Borges

Os vegetais são classificados em relação ao acúmulo de silício em acumuladores, não acumuladores e intermediários. As espécies florestais apresentam poucos estudos quanto à capacidade de absorver e acumular o silício, principalmente por causa do longo ciclo de desenvolvimento.

No entanto, verifica-se silício em algumas espécies como teca, e alguns materiais de eucalipto que são classificados como intermediárias quanto ao acúmulo deste elemento.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

Deixe seu comentário